segunda-feira, dezembro 10, 2007

A pele arde-me a cada instante.

A pele arde-me a cada instante. A pele sente a memória, as imagens do passado que te mordem as pernas, e os braços, e a barriga. E os nós dos dedos. E cada poro dilatado pelo vapor que sai da água a escaldar da banheira.

Sempre gostei da água a escaldar. Mesmo que deixe manchas vermelhas na pele. E pouco tempo depois, as pontas dos dedos enrugadas. E a pele ainda a arder.

(Não só as imagens. Incendeiam-me demasiado as vozes e os cheiros. A tua voz. O teu cheiro.)

Arrepio de olhar. O vislumbre. A troca de olhares tem o peso de montanhas. Instantes demasiado brutais, uma força que me esmaga as entranhas. Consomes-me.

É tudo por hoje. (Foi tudo durante demasiado tempo.)

1 comentário:

Alien David Sousa disse...

Adorei este "tudo"
Beijinhos