terça-feira, abril 21, 2015

Reminiscências de Miltown Malbay


Nas terras perdidas no tempo choram-se os mortos e as tascas e cafés fecham as portas mal o sol de inverno se põe. Nos lugarejos deixados ao deus dará as pessoas são mais antigas e juntam-se dentro de portas para cantar o choro dos que partiram, com um copo de água ardente na mão direita. São cantos alentejanos numa língua universal que arrepiam os pelos dos braços e nos lembram que o povo é só um. As horas demoram mais e o luto acompanha-nos durante as madrugadas dos dias, das semanas, dos meses e dos anos sem termo.


  
"Muito mais é o que nos une do que aquilo que nos separa" - Rui Veloso



Nos lugarejos perdidos no tempo, há mais horas. Há dias para chorar os defuntos. Há espaço para os mortos. 

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