Nas terras perdidas no tempo choram-se os mortos e as tascas e cafés fecham as portas mal o sol de inverno se põe. Nos lugarejos deixados ao deus dará as pessoas são mais antigas e juntam-se dentro de portas para cantar o choro dos que partiram, com um copo de água ardente na mão direita. São cantos alentejanos numa língua universal que arrepiam os pelos dos braços e nos lembram que o povo é só um. As horas demoram mais e o luto acompanha-nos durante as madrugadas dos dias, das semanas, dos meses e dos anos sem termo.
Nos lugarejos perdidos no tempo, há mais horas. Há dias para chorar os defuntos. Há espaço para os mortos.
Sem comentários:
Enviar um comentário