Cérebro dormente e sempre a mesma música de fundo. Suspiros de vazio, ódios de riso e aquele cheiro a falso. As telenovelas e a publicidade, cada vez mais criativamente nojenta. E os programas dos tais «especialistas em tudo» que criticam tudo e mais alguma coisa e têm soluções para tudo, respostas sempre debaixo da língua. Como é que não estão no governo?
E a democracia asmática, sufocada pelos gritos estridentes da intolerância e da hipocrisia que se enterlaçam no belo aparelho a cores. Que revolucionários xenófobos são estes? Que libertadores amedontrados? Que jornalistas parciais que lançam sempre o seu sorriso sarcástico, que reforçam sempre as «tais» palavras?
E novelas e mais novelas. Sempre as mesmas histórias, os mesmos filmes, que já nem vale a pena falar. O humor explosivo que acaba sempre por cansar. As meias verdades que precisam de ser ditas a bom tom, as mentiras encobertas, denunciadas e relativas. Em que é que se pode acreditar? As mesmas expressões em todo o lado que, de repente, entram na moda e ficam sempre bem dizer!
Sim, e o resto lá fora. Montra da realidade, vitrina suja, tudo o que parece ser. Porque nada é, tudo parece. A vida de frenesim, sem tempo para pensar. Será preciso? Agora, tudo nos é ditado pelo plasma panorâmico e afins. Não, não apenas as notícias, o que acontece fora dos nossos 100 metros de vida diária. Mais além. O que somos, o que pensamos, o que está certo e errado, o que devemos ser e condenar, o que usamos e os nossos belos supostos e pressupostos. (No outro dia, recebi a magnífica notícia de que a cannabis duplica as hipóteses de acidentes rodoviários, quando acompanhada de álcool. Olha, que novidade...! Porque não disseram antes que o álcool duplica as hipóteses de acidente quando já há neurónios a menos?)
E a alegria roubada, as ruas vazias, numa qualquer falta de ânimo ou vontade, iludida por um breve Mundial de entusiasmos desmedidos. E depois, o mesmo. O patriotismo forjado desaparece e, muito mais importante do que isso, evapora-se a alegria espontânea, o desejo incontrolado de celebrar a vida e viver, a empatia, o convívio. Para voltarmos aos nossos cubículos...
As cidades que já não são o que nunca foram, as aldeias tão transformadas, desertas e tão cheias de coisas alheias. A aldeia global e tudo cada vez mais perto, mas porque será que a maioria de nós nunca pôs os pés além da Espanha? Para já nem me estender para aqueles que - a cada s-e-g-u-n-d-o - morrem à fome em África ou na Índia...
E os direitos adquiridos que nos parecem arrancar a cada discurso - não só por cá! - em palavras que se perdem pela contenção e pelo défice. A união que parece não se fazer sentir, contradizendo os tão bem intencionados livros de História. Que história? His story? Quem, que se perdeu?
Mas, tudo envolto numa bolha espelhada. Sempre nos vimos apenas a nós próprios. Deformados e indiferentes.
E a democracia asmática, sufocada pelos gritos estridentes da intolerância e da hipocrisia que se enterlaçam no belo aparelho a cores. Que revolucionários xenófobos são estes? Que libertadores amedontrados? Que jornalistas parciais que lançam sempre o seu sorriso sarcástico, que reforçam sempre as «tais» palavras?
E novelas e mais novelas. Sempre as mesmas histórias, os mesmos filmes, que já nem vale a pena falar. O humor explosivo que acaba sempre por cansar. As meias verdades que precisam de ser ditas a bom tom, as mentiras encobertas, denunciadas e relativas. Em que é que se pode acreditar? As mesmas expressões em todo o lado que, de repente, entram na moda e ficam sempre bem dizer!
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2 comentários:
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